Suzane foi condenada a 39 anos de prisão por matar os pais em 2002
O Tribunal de Justiça de São Paulo aceitou, nesta quinta-feira (22), o pedido de Suzane Von Richthofen para progressão ao regime semiaberto. Em agosto de 2014, Suzane recusou a progressão e afirmou ter medo de ser transferida para outra prisão.
"A preocupação dela era com a segurança. Esperamos que a ala de progressão fosse concluída para pedirmos a transferência para o semiaberto", disse o defensor Rui Freire na época.
Suzane Von Richthofen deu entrevista para Gugu e falou pela primeira vez sobre crime(Foto: Reprodução/Record)
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Em junho de 2015, entretanto, Suzane afirmou que gostaria de cumprir o restante da pena no semiaberto. Suzane foi condenada a 39 anos de prisão por matar os pais em 2002 e já está presa há 13 anos.
Segundo informações do site G1, a decisão pede que a Justiça considere a possibilidade de Suzane permanecer na Penitenciária-1 de Tremembé, em São Paulo, caso já tenha sido instalado o regime semiaberto na prisão.
Regime semiaberto
Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, também condenados pela morte de Manfred e Marísia von Richthofen, cumprem pena no regime semiaberto desde 2013.
Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, também condenados pela morte de Manfred e Marísia von Richthofen, cumprem pena no regime semiaberto desde 2013.
A detenta Sandra Regina Ruiz Gomes 'Sandrão', esposa de Suzane, conquistou em março deste ano a progressão do regime fechado para o semiaberto. Sandrão, que foi condenada a 24 anos de prisão pelo sequestro seguido de morte de um garoto de 14 anos, foi transferida para a penitenciária feminina de São José dos Campos.
Suzane e Sandrão se casaram na Penitenciária de Tremebé
(Foto: Reprodução/Record) |
Progressão e transferênciaA decisão de Suzane em aceitar a mudança para o regime semiaberto teria mudado após o surgimento de uma possibilidade de ser mantida na Penitenciária-1 de Tremembé, onde ela cumpre pena.
De acordo com o G1, em abril deste ano, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) inaugurou um novo pavilhão para atender internas do semiaberto, trazendo a possibilidade de Suzane não ser transferida.
Na época em que recusou o direito de progredir de regime, Suzane alegou que temia por sua segurança caso tivesse que ser transferida de unidade prisional. As presas da P1 de Tremembé geralmente eram levadas para unidades do regime semiaberto quando beneficiadas pela progressão da pena.
Em entrevista ao G1, em junho do ano passado, o promotor do Ministério Público Luis Marcelo Negrini afirmou não considera Suzane apta para ir para o regime mais brando e que iria recorrer caso o benefício fosse concedido.
"Se uma pessoa apresenta características para faltar com a verdade e enganar as pessoas, isso de uma forma muito audaciosa, entendemos que ela deve permanecer no regime fechado ainda", afirmou Negrini. O promotor lembrou ainda que, em 2013, um laudo médico atestou que Suzane não tinha condições psicológicas de ir para o semiaberto.
Fim do silêncioRecentemente, o irmão de Suzane quebrou um silêncio de 12 anos e comentou o crime. Ele conversou com repórter da Rádio Estadão e também falou das acusações de que o pai, ex-funcionário do Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa), teria desviado dinheiro da estatal. Ele divulgou uma carta ao procurador de Justiça Nadir de Campos Júnior pedindo esclarecimentos sobre as acusações. O conteúdo foi divulgado pelo site do Estadão.
No texto, ele chama a irmã e os Cravinhos de "esses três assassinos". "Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento", escreve Andreas, que não se pronunciou sobre a mudança de regime da irmã.
Suzane tinha 19 anos quando planejou morte dos pais
(Foto: Arquivo Pessoal) |
Leia na íntegra a carta de Andreas:
É em nome do excelente trabalho do qual o Sr. participou, ao condenar a minha irmã Suzane Louise von Richthofen e aos irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, e também de toda sua história na justiça brasileira que me sinto compelido a abordá-lo.
Escrevo-lhe esta mensagem por vias igualmente públicas às quais o Sr. se vale para comentar o caso da minha família. Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento. Encare da perspectiva existencialista.
No entanto observo que o Sr. faz diversos apontamentos referindo a um suposto esquema de corrupção, do qual meu pai, Manfred Albert von Richthofen, teria participado e cujos resultados seriam contas no exterior em enormes montantes. Gostaria que o Sr. esclarecesse essa situação: se há contas no exterior, que o Sr. apresente as provas, mostre quais são e aonde estão, pois eu também quero saber e entendo que sua posição e prestígio o capacitam plenamente para tal.
Mas que se isso não passar de boatos maliciosos e não existirem provas, que o Sr. se retrate e se cale a esse respeito, para não permitir que a baixeza e crueldade deste crime manche erroneamente a reputação de pessoas que nem aqui mais estão para se defender, meus pais Manfred Albert e Marísia von Richthofen.
Respeitosamente,
Andreas Albert von Richthofen
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